Com esta chamada, pretendemos gerar uma reflexão sobre estas questões, colocando o foco em iniciativas coletivas que garantem a produção e o cuidado do comum. Partindo do trabalho de autoras feministas como Graham-Gibson (2016), Gutierrez (2020), Nightingale (2019), Casas-Cortes (2019), Singh (2018), entre outras, definimos a produção e o cuidado do comum como todas as práticas e relações de cooperação e entreajuda, mas também de luta e resistência, que sustentam a reprodução material e simbólica da vida, humana e não humana. Interessa-nos pensar e vincar a forma como o quotidiano do cuidado – e.g. dialogar, cozinhar, reflorestar, etc. – politiza por via da resultante aquisição de novos conhecimentos, capacidades, relações e subjetividades que nos ligam afetivamente ao que cuidamos (bosque, terra, comunidade), aproximando-nos enquanto agentes de mudança. Incentivamos trabalhos sobre iniciativas em território português que desafiam a tendência individualista – e.g. regimes de propriedade comunitária, empresas, cooperativas, economia social e solidária, economia popular e familiar, economias feministas e dos cuidados. Através da sua análise crítica, queremos refletir sobre a diversidade dessas iniciativas ao nível das suas práticas, valores, objetivos, estrutura e efeitos de mudanças no território, aqui entendido como o espaço constituído por ecossistemas, infraestruturas, atores e instituições, mas também saberes, cosmovisões, discursos, valores, etc. Com esta abordagem, queremos abrir vias para uma nova cultura e formas de ação que sustentem um novo contrato social.
As propostas devem ser submetidas eletronicamente após realização de registo na plataforma, até ao dia 01 de setembro de 2025.
Recomenda-se vivamente aos/às autores/as a leitura atenta das normas de publicação.