Como os centros de recursos podem unir associações e fortalecer bairros
Uma escola de jovens actores, um restaurante assegurado por pessoas em situação de vulnerabilidade, um café onde a associação de moradores serve diárias a cinco euros, e um ginásio com mensalidades acessíveis. No Bairro Padre Cruz, em Carnide, um edifício tornou-se palco de iniciativas que impulsionam o desenvolvimento local e respondem às necessidades da comunidade.
“Aqui pode almoçar por 5,50 euros. Em que mais sítios de Lisboa se pode almoçar por 5,50 euros?”, diz-nos Maria José Domingos. A diária inclui sopa, prato e uma peça de fruta, e é confeccionada pela Associação de Moradores do Bairro Padre Cruz com legumes frescos, colhidos na horta que existe no topo do edifício. Estamos no Centro de Recursos de Carnide, em pleno Bairro Padre Cruz.
Este centro de recursos, à semelhança de outro que existe nas Olaias, no bairro da Curraleira, é gerido pela Rede DLBC Lisboa, uma espécie de aglomeração de associações locais com o objectivo de estabelecer sinergias entre elas e de melhor captar as oportunidades de financiamento, seja nacional, seja europeu. “Temos uma equipa que procura linhas de financiamento e fazem candidaturas. Quando ganhamos, esse dinheiro é distribuído de forma directa ou indirecta pelos nossos associados. Algumas vezes vai para uma associação directamente, outras vezes é distribuído”, explica Maria José, directora executiva da Rede DLCB Lisboa. Tudo depende da candidatura feita: umas vezes é para um projecto específico que um associado queria desenvolver; outras vezes para uma iniciativa que pode ter diferentes intervenientes.
Neste momento, na Rede DLBC Lisboa estão 217 associados – a grande maioria são associações e cooperativas da cidade, mas nesse bolo estão também entidades como a Câmara de Lisboa, a Fundação Calouste Gulbenkian ou a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Os associados são de toda a cidade. “Temos a preocupação de que toda a cidade tenha acesso ao financiamento. Por isso, dividimos a cidade em quatro áreas, para que o dinheiro pudesse chegar de forma equilibrada a toda a cidade, evitando que uma zona fosse privilegiada por ter mais recursos humanos ou associações”, descreve a responsável. “Por outro lado, a rede dá apoio técnico às organizações para que a falta deste conhecimento também não seja um factor de exclusão.”
Fonte: Lisboa para Pessoas
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