Sob o título “Insights de dados de economia social e solidária – Uma perspectiva internacional”, o documento, preparado por Melis Aslan e Julie Rijpens, analistas de políticas do CFE da OCDE, congrega fichas técnicas nacionais sobre economia social e solidária do Brasil, Canadá, 27 estados membros da UE, Índia, Coreia, México, Reino Unido e Estados Unidos.
Para este trabalho, foram identificadas informações sobre definições oficiais, número e tamanho de entidades, padrões de emprego, setores de atividade, sua contribuição económica e marcos legais.
Dados desiguais dos 34 países participantes
Entre as descobertas mais relevantes do estudo está o fato de que a ESS tem uma definição oficial em apenas alguns países, incluindo Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, França, Grécia, Itália, Coreia, Luxemburgo, México, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia e Espanha. Em todos esses países, existem leis nacionais ou regionais que regulam a ESS.
Por outro lado, embora os dados por setor de atividade variem entre os países, os serviços sociais representam a maior proporção de emprego em ESS em muitos deles, seguidos pelos serviços de saúde, educação, cultura, comunicação e lazer.
Outro número notável refere-se à proporção de mulheres empregadas na ESS. No Canadá, por exemplo, a percentagem de mulheres empregadas em instituições sem fins lucrativos foi de 70,3% em 2021, enquanto sua participação no emprego total foi de 47,5%. Na Bélgica, as mulheres representavam 73,8% do emprego na economia social em 2020, em comparação com 49,8% no geral, enquanto no México representavam apenas 19,2% em 2018, número que os autores relacionam à grande representação de cooperativas agrícolas nos dados da ESS do México.
Uma economia para o futuro
Em seu estudo, a OCDE destaca que a economia social e solidária está ganhando espaço nas políticas públicas em nível provincial, nacional e internacional. No entanto, apesar do interesse crescente, os dados disponíveis sobre a economia social e solidária permanecem limitados.