A C3A | Comunidade do Alimento Arruda e Arredores é uma iniciativa informal da sociedade civil, constituída por um grupo de pessoas que partilham uma visão holística da Vida, assente em três Princípios Base: Respeito pela Biodiversidade, Relação de Proximidade Humana e Alimento como Bem Comum.
Um dos projetos desenvolvidos por este grupo tem, como base, o projeto RIOS, coordenado em Portugal pela ASPEA (Associação Portuguesa de Educação Ambiental), que “visa a participação social na conservação dos espaços fluviais, procurando acompanhar os objetivos apresentados na Década da Educação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e contribuir para a implementação da Carta da Terra e da Diretiva Quadro da Água” (in https://aspea.org/index.php/pt/projeto-rios-conhecer).
Neste âmbito, têm sido feitas, pela C3A, saídas de campo para observação do Rio Grande da Pipa, no troço que atravessa o Parque das Rotas (ligação para o site da C3A: https://arrudacomalimento.wordpress.com/rio-grande-da-pipa/).
Na última saída, a 30 de junho do corrente ano foram “Olhar o Rio”: a observação da flora espontânea ao longo do troço do Rio Grande da Pipa adotado no projeto RIOS, no Parque das Rotas, levou-nos a constatar uma interessante evolução deste ecossistema – no levantamento das espécies botânicas existentes nos taludes e no leito do rio, foram observadas mais de 50 espécies de flora diversa, sendo que destas foram identificadas pelo menos 28 espécies características de zonas ribeirinhas, sinais claramente indicativos que o Rio, nesta zona, se encontra em franca recuperação.
Esta observação revelou-se muito interessante, dado que a biodiversidade presente em apenas 250 m de troço revelou que o Rio, nesta zona, se encontra em franca recuperação de danos causados em anteriores intervenções e em zonas de poluição pontual, entretanto resolvidas.
Com base nestes levantamentos e reconhecendo a importância da vegetação ribeirinha, a C3A encontra-se a trabalhar na realização de sinalética de divulgação deste ecossistema tão central na vila de Arruda, cuja importância é vital para a mitigação das alterações climáticas, contribuindo fortemente para a prossecução dos objetivos ODS (Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável), nomeadamente com relação ao ODS 6, que menciona: “(…) proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo (…) rios, aquíferos e lagos”.
Assim, tomando consciência, através das redes sociais, de vozes na população que, durante o mês de julho, voltaram a exercer pressão sobre as autoridades competentes para a realização de cortes substanciais na vegetação ribeirinha, a C3A decidiu redigir uma Carta Aberta, que aqui deixamos e convidamos à sua leitura.