O Observatório das Comunidades Ciganas (ObCig) organizou no dia 30 de março de 2023 a décima sessão de “Conversas com”, subordinada à temática “Associativismo Cigano Feminino: percursos, expectativas, projetos”.

 

A sessão contou com participação de Maria José Casa-Nova, Professora no Instituto de Educação da Universidade do Minho; Cláudia Pereira, investigadora do CIES (ISCTE-IUL) e ex-Secretária de Estado para a Integração e Migrações; Olga Mariano, fundadora da Associação AMUCIP; Susana Silveira, Dirigente da Associação Costume Colossal e Tânia Oliveira, dirigente da Associação Ribaltambição. A sessão foi moderada pela Responsável pela Equipa do ObCig, Inês Aydin.

Maria José Casa Nova, professora da Universidade do Minho na abertura da sessão, relembrou que o associativismo feminino trouxe para a esfera pública a luta pela igualdade de género. “A luta pelos direitos feministas criou um diálogo com outros universos culturais, para dar visibilidade e que todos possam ter voz”. Estas conversas potenciam diálogo, criam sinergias evidenciam o trabalho que tem sido feito em prol do feminismo da Igualdade de género.

Susana Silveira, dirigente da Associação Costume Colossal, numa breve síntese recordou o caminho percorrido desde que, “ainda sem noção do que era o associativismo perceberam que as comunidades ciganas não tinham voz”. A partir daí fizeram um trabalho a explorar e procurar caminhos para criar a associação. Começaram por organizar eventos, abertos a todas as comunidades para dar a conhecer a música, gastronomia, história e cultura dos portugueses ciganas. Considera que o associativismo tem conseguido mudar algumas mentalidades, nomeadamente a importância do estudo para os filhos. “O trabalho na área escolar dirigido aos mais pequenos, ensina a valorizar a sua cultura e sua história”. No que toca a habitação, tem feito um trabalho de integração, em espaços comuns. Experiências em 3 bairros com “equipas que fazem a gestão e limpeza de condomínios” tem sido um sucesso…cria integração e os vizinhos já comunicam com pessoas ciganas.

 

Tânia Oliveira dirigente da associação Ribaltambição com sede na Figueira da Foz enalteceu a Importância de trabalhar com as crianças, promovendo o sonho nos mais jovens, ensinando que querer é poder… “as mulheres ciganas não sabem sonhar”. Os projetos de trabalho com mulheres, sentado lado a lado, permite romper barreiras e mostrar que podem ser o que quiserem. “As comunidades ciganas mudam muito pelo exemplo”.

 

Cláudia Pereira, investigadora do CIES (ISCTE-IUL), realçou o papel do associativismo e visibilidade do Observatório das Comunidades Ciganas. “Vários instrumentos de políticas públicas, só tem implementação porque estas associações promovem o trabalho em rede e de proximidade. Muitas pessoas ciganas estão a trabalhar devido ao trabalho destas associações. Através de um trabalho de capacitação continuado de outras pessoas, vão também melhorando a sua própria capacitação. O associativismo feminino tem mudado mentalidades “de crianças, jovens e também de idosos, de pessoas ciganas e não ciganas, órgãos nacionais e internacionais. Muitos jovens estão no ensino superior devido ao trabalho destas associações e às boas praticas de trabalho em rede com as Câmaras, IEFP, Universidades e o Observatório das Comunidades Ciganas”.

 

Coleção Projetos e Práticas de Inovação Social – Candidaturas de 30 de março a 15 de julho

https://www.obcig.acm.gov.pt/

https://www.obcig.acm.gov.pt/-/estudo-nacional-sobre-as-comunidades-cigan-1

“História e Cultura Cigana”, em https://www.acm.gov.pt/pt/-/oferta-formativa

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