Realizou-se, no passado dia 21 de março, uma visita interpares entre a Barafunda – Associação Juvenil, com sede na Benedita, e o Centro de Desenvolvimento Comunitário do Landal, sito em Rostos.
No âmbito desta visita proporcionou-se o contacto e a partilha de experiências entre estas entidades, que dispõem de áreas de intervenção muito diferentes, mas com um elemento comum: a criação de respostas às necessidades das pessoas e comunidades nas quais estão inseridas.
Ao longo da visita às instalações da Barafunda, Isabel Rufino apresentou o trabalho que tem vindo a ser levado a cabo ao longo dos anos, inicialmente marcado pela área juvenil, mas que se foi alargando ao longo dos anos. Para além dos projetos que pontualmente desenvolve na área do voluntariado internacional, a Barafunda dispõe de uma sala de ATL/Centro Jovem, na qual estão diariamente cerca de 20 crianças dos 6 anos 12 anos e dispõe de uma ideia para a criação de um espaço intergeracional, mas para o qual precisa de encontrar parceiros que tenham disponibilidade para investir. A dirigente referiu também que a Barafunda procura promover uma educação do “ser”, ancorada nos saberes como forma de valorização da cultura e do património local e empoderamento das pessoas, e em particular das crianças, tendo destacado a importância da permacultura, que têm vindo a trabalhar no âmbito do ATL da Barafunda.
Ao nível da formação, na qual já dispõe de uma vasta experiência, depois de ser reconhecida como CNO – Centro de Novas Oportunidades, é atualmente Centro Qualifica na região Oeste. A este propósito, destacou a importância do trabalho de parceria que marca o seu percurso, sendo que atualmente dispõe de 60 parcerias ativas de um total de 100, o que denota a dinâmica deste Centro Qualifica cujo contributo não fica apenas pela qualificação das pessoas, mas em muito contribui para os processos de promoção de trabalho em rede e para a mobilização comunitária.
No período da tarde visitámos o Centro de Desenvolvimento Comunitário do Landal, uma associação que para além da resposta de centro de dia e serviço domiciliário, cuja intervenção é extensível às freguesias limítrofes, garante também um conjunto de serviços à comunidade de Rostos, nomeadamente um serviço ao cidadão que funciona como posto de correios, que possibilita o pagamento de contas de água, eletricidades, telecomunicações e outros, possibilita o pagamento de reformas, registo automóvel, renovação de carta de condução, carregamentos de telemóveis, entre outros.
Ao nível comunitário, o CDCL dispõe de uma loja social, onde a comunidade pode adquirir roupas a preços solidários, bem como produtos básicos de limpeza e higiene pessoal, possibilitando assim o acesso a este tipo de produtos a uma população envelhecida com dificuldade de mobilidade e de deslocação à cidade das Caldas da Rainha ou a Rio Maior, que são os espaços mais próximos.
Decorrente do encerramento do posto médico na aldeia de Rostos e face à falta de médico de família, a direção do CDCL, presidida por José Manual Paz, tem vindo a lutar pela criação de respostas à comunidade na área da saúde, pelo que dispõem atualmente de consultas à comunidade nas áreas de clínica geral, nefrologia, neurologia e psiquiatria e um gabinete de análises, que funcionam como um complemento à saúde pública.
O CDCL é também uma entidade formadora, cuja oferta formativa é muito direcionada para a agricultura e áreas complementares, inclusive na área das comunidades energéticas renováveis.
Por fim, no âmbito desta visita foi realizada uma reflexão em torno do tema do envelhecimento e das respostas que existem a este nível para que se possa pensar o envelhecimento do futuro.