A 13ª MANIFesta continua em ação, e realizou o segundo webinário no passado dia 26 de junho. Nesta sessão estiveram reunidas cerca de 80 participantes, em mais de duas horas de partilha de ideias e construção coletiva de políticas públicas capazes de colmatar muitos dos desafios atuais.

A introdução ao tema coube a Álvaro Fonseca, da Rede para o Decrescimento; Inês Cosme, da Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade da Universidade Nova de Lisboa, e Teresa Cunha, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. O painel teve oportunidade de desconstruir sucintamente o tema e alertar para a urgência de políticas públicas que permitam uma transformação ecológica capaz de potenciar a transformação nas restantes dimensões.

Seguiram-se intervenções que apresentaram exemplos de práticas que estão já a ser implementadas nos territórios: Ana Rita Antunes falou sobre o projeto Coopérnico enquanto cooperativa de energias renováveis que agrega cidadãos, cidadãs e empresas com o objetivo de contribuir para um novo modelo energético, social e empresarial; Maurício Umann falou sobre o projeto Fojo Permacultura enquanto centro de educação integral; Ana Chhaganlal e Bert Ten Brinke desenvolveram sobre a Casa de Santa Isabel (CSI), uma IPSS na Serra da Estrela que se apresenta como uma comunidade terapêutica para adolescentes e adultos com necessidades especiais; e Joaquim Sampaio falou sobre a iniciativa Famalicão em Transição, onde se pretende transformar Vila Nova de Famalicão em uma comunidade mais sustentável e resiliente, centrada nas pessoas e numa abordagem ambiental.

À semelhança do primeiro webinário, a 20 de maio, também aqui houve lugar a uma discussão sobre as diferentes dimensões que este tema apresenta e por isso, o tema foi discutido em diferentes grupos de trabalho, incorporando os 4 eixos da MANIFesta: Território, Igualdade, Ecologia e Democracia.

Os resultados dos diferentes grupos, foram apresentados sucintamente e ficou claro para todos/as participantes que existe já muita reflexão sobre estes temas.

Carla Graça, da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, e em jeito de conclusão, reforçou a importância das iniciativas cidadãs, que representam não apenas o envolvimento de cidadãos e cidadãs, mas também a necessidade de que esta voz seja ouvida cada vez mais, junto dos órgãos de decisão política. Por outro lado, o envolvimento de órgãos de comunicação social em iniciativas como a MANIFesta, e outras, é fundamental uma vez que são estes os principais canais de divulgação e são também um fator chave para amplificar o debate. Nesse sentido, Carla Graça considera que é importante que organizações e iniciativas cidadãs, desenvolvam competências ao nível da comunicação para que esta seja cada vez mais eficaz junto de públicos mais alargados e que muitas vezes ainda não estão suficientemente sensibilizados para as questões em debate.

A presente edição desta iniciativa, apoiada no quadro do projeto Capacitar para Agir em Rede II, financiado pelo Programa Operacional de Inclusão Social e Emprego, promovida pela ANIMAR, ancorada em mais de uma centena de organizações dispersas pelo território nacional, congrega uma comissão organizadora que envolve onze entidades e uma Plataforma da sociedade civil de âmbitos diversos: APCEP – Associação Portuguesa para a Cultura e a Educação Permanente; APPDI – Associação Portuguesa para a Diversidade e Inclusão; ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável; EAPN – Rede Europeia Anti-Pobreza; Minha Terra – Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local; Rede para o Decrescimento, PpDM – Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres e Fórum Cidadania & Território. Na Comissão Organizadora estão também a ADM Estrela, CooLabora e Ecogerminar.

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